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Recentemente apercebi-me o quão contente anda Mourinho nestes últimos 8 meses. Poderia achar que se devia ao facto do Chelsea ser líder da Premier League, de Hazard estar a praticar um futebol fantástico ou por a sua equipa estar a fazer uma série de bons resultados. Mas não acho que é só isso que faz José Mourinho sorrir. Mourinho está em casa, está num país onde o tratam como um rei, onde a imprensa não o ataca dia sim dia sim – como acontecia em Espanha –, está num clube que lhe dá todas as condições para ser o melhor e num ambiente que ele conhece bem e que sabe “manipular”.
Ao contrário do que acontecia em Espanha, onde a rivalidade com o Barcelona se tornava doentia, em Inglaterra Mourinho tem adversários que o respeitam tornando tudo mais amigável. Não nos podemos esquecer que, apesar de toda a rivalidade existente, por exemplo com o Arsenal ou com o Manchester United, Mourinho nunca deixou de ir beber um copo de vinho com Sir Alex Fergunson sempre que as suas equipas se defrontavam, elogiou várias vezes Arsène Wenger e deu ainda alento ao mal-amado David Moyes. Nada disto aconteceria em Espanha, com Barcelona ou Atlético de Madrid, porque a cultura do futebol é simplesmente diferente.
Quanto ao futebol jogado o Chelsea é, a meu ver, a melhor equipa da competição – a par de City e Arsenal. E apesar do treinador português colocar apenas a equipa de Pellegrini e Wènger na luta e com obrigações de ganhar o título, está à vista de todos que o Chelsea é também um sério candidato. O melhor exemplo disso foi a mais recente vitória sobre o Manchester City. Mourinho ludibriou o treinador dos Citizens, fê-lo entrar nos seus tão famosos “mind games” e, enquanto toda a gente esperava um Chelsea com o autocarro estacionado à frente da sua baliza de forma a anular o carrossel ofensivo do City, Mourinho trocou as voltas a toda a gente: colocou David Luiz na frente da defesa juntamente com Matic e ambos anularam completamente Yaya Touré, o grande cérebro deste City, garantindo ao Chelsea um grande resultado.
José Mourinho está, portanto, de volta. Rodeou-se de jogadores que o adoram e que sabem que podem contar com ele para tudo, rodeou-se de uma estrutura forte que lhe dá garantias de sucesso, rodeou-se de uma massa adepta que o idolatra e de uma comunicação social que o admira. O velho Mourinho está de volta. E que bom que é ver isso…