Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A Páscoa está aí e a cidade do Porto a abarrotar de turistas. Já quase não há quartos nos hotéis da cidade. Finalmente, voltou-se a ouvir falar espanhol nas ruas. Os espanhóis perderam o medo da crise e estão a aproveitar a Semana Santa à grande com a boa disposição que os caracteriza. O volume da cidade aumentou, o “burburinho” é maior e as caras de felicidade aparecem a cada esquina. O Porto está cheio de vida!
O hotel onde trabalho está cheio, não só de espanhóis é claro, e o gozo que dá em ir trabalhar não podia ser maior. Costumamos dizer, entre nós hoteleiros, que para o ser “alguma coisa não bate bem”. É verdade. Não é qualquer um que se sujeita a esta vida sem horários, mal paga e desgastante. Só aguenta estar deste lado quem realmente gosta. Nunca vão encontrar ninguém a trabalhar num hotel há mais de um ano que não seja apaixonado pela área.
O dia de ontem foi um dos dias que voltou a provar, como se ainda fosse preciso provar alguma coisa, que este é o caminho. Dia de “lodo” - como costumamos chamar a estes dias em que nem tempo para respirar temos – é a expressão que melhor define esta semana.
Nestes dias, desde o momento em que chegamos a turno até ao final passamos por vários “estados”. Chegamos no meio da confusão, perdidos e a tentar perceber o que se está a passar desde o turno anterior, entramos a sério na mecânica do dia de seguida e chegamos a um ponto em que já estamos no domínio total. A partir daqui começa a verdadeira diversão. Focados apenas nos clientes, há tempos para ouvir os maiores elogios à cidade e apreciar a cara de estupefacção dos turistas num Porto novo que só agora eles descobriram. É fantástico sentir que estamos a contribuir para uma experiência de excelência na cidade a uma pessoa de fora que à partida aterra cheia de expectativas no melhor destino europeu do ano.
Paralelamente a isto, há a parte que ninguém conhece e que um cliente de hotel não vê. A gestão de quartos. Parece difícil? É mas é onde está a grande adrenalina de encher um hotel. Trabalhar com o objectivo de “fechar a zeros”, de esgotar o “stock” de quartos disponíveis e chegar ao final da noite, já de rastos, com a sensação de dever cumprido.
Somos tolos? Talvez sim. Uma cambada de “escravos” felizes da hotelaria!