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ÓSCARES 2014

86ª CERIMÓNIA

 

Se há coisa que deixa qualquer apaixonado por cinema colado ao ecrã é cerimónia da entrega dos Óscares. Podemos não perceber muito de cinema nem sequer ter visto todos os filmes nomeados, mas no fundo o que importa nas artes – não fosse o nosso querido cinema a 7ª – é gostarmos ou não, sem grandes razões aparentes.

 

A cerimónia anual distingue-se pelas beldades na passadeira vermelha, bem como a atribuição de galardões que destacam particularmente realizadores e actores, sem esquecer categorias como melhor banda sonora, guarda-roupa, efeitos especiais ou melhor adaptação.

 

Este ano fez-se muito bom cinema, o que dificulta a qualquer treinador de bancada – neste caso, sofá – a atribuição das estatuetas a cada uma das categorias. Desde filmes com temáticas controversas (12 Anos Escravo, O Clube de Dallas) a verdadeiras incursões pela mente humana (Um Quente Agosto, Blue Jasmine) e por todo o Universo (Gravidade), há filmes para todos os gostos.

 

Na passada madrugada assistimos à 86ª edição dos Óscares, apresentada pela controversa e semi-neurótica Elle DeGeneres. Na frente da corrida estavam Golpada Americana e Gravidade, com 10 nomeações cada, seguidos de 12 Anos Escravo, com 9 nomeações. De salientar que Golpada Americana foi o 15º filme da história dos Óscares a conseguir pelo menos uma nomeação em cada uma das quatro categorias de actuação - e o segundo filme de David O. Russell a fazê-lo em dois anos – ainda que pessoalmente considere o argumento tão enfadonho que nem as brilhantes interpretações o salvam… Talvez também por esse motivo o grande vencedor da noite tenha sido, na categoria de Melhor Filme e de Melhor Argumento Adaptado, 12 Anos Escravo, com um emotivo discurso por parte do realizador, Steve McQueen, e de um dos produtores, Brad Pitt, sem o qual não teria sido possível narrar à história do escravo Solomon.

 

Foi Her - Uma História de Amor, de Spike Jonze, que arrecadou o prémio – muito merecido –  de Melhor Argumento Original, comprovando que a Academia não resiste a uma bela história de (des)amor, narrada nestes tempos modernos repletos de incapacidade social.

Por outro lado, no mundo da fantasia, Frozen arrecadou sem qualquer surpresa o Óscar de Melhor Filme de Animação, confirmando a posição da Disney nos musicais infantis old school (de onde nunca se deveria ter afastado) tendo a própria música ‘Let It Go’ arrecadado o Óscar de Melhor Música Original.

Entre os diversos momentos emotivos – como a habitual homenagem a artistas falecidos no passado 2013 e ainda o momento musical patrocinado pela cantora Pink, celebrando Judy Garland – houve lugar para a habitual comédia, não fosse a mestre de cerimónias uma das mais enérgicas apresentadoras de talk-shows americanos: desde servir pizza aos convidados (e pôr Brad Pitt a distribuir pratos de plástico pela plateia), Ellen conseguiu desafiar uns quantos actores (de entre os quais Julia Roberts, Jennifer Lawrence, Brad Pitt, Angelina Jolie, Jared Leto, Meryl Streep, Lupita Nyong’o, Bradley Cooper) a participarem numa fotografia, que deveria quebrar o record de tweets.

 

Em poucos momentos, como a própria narrou durante a cerimónia, o site crashou devido a tanta afluência, e conseguiu que a selfie fosse replicada mais de 1,2 milhão de vezes em menos de uma hora, quebrando o record do Tweeter anteriormente detido por Obama aquando da sua reeleição em 2012.

Como quase sempre, fez-se história nesta cerimónia: Martin Scorsese tornou-se no realizador vivo com mais nomeações para melhor filme, sendo O Lobo de Wall Street o seu oitavo filme nomeado nessa categoria. Ainda que o filme não tenha ganho e que o próprio não tenha saído vencedor na categoria de Melhor Realizador mas sim o mexicano Alfonso Cúaron pelo seu Gravidade, essa nomeação permitiu-lhe desfazer o empate com Woody Allen e Steven Spielberg. Apesar de 12 Anos Escravo ter vencido nas categorias mais importantes, foi Gravidade quem no entanto arrecadou o maio número de Óscares, num total de 7 estatuetas, em categorias como Melhor Fotografia e Melhores Efeitos Especiais.

 

Se por um lado entre as nomeadas para Melhor Actriz Principal encontrávamos Meryl Streep, veterana na sua 18ª nomeação, por outro Jennifer Lawrence tornou-se na mais jovem actriz a ser nomeada por três vezes, neste caso na categoria de Melhor Actriz Secundária, aos 23 anos. Tanto para Meryl como para Jennifer apenas contou a nomeação, uma vez que a estatueta de Melhor Actriz Principal foi entregue a Cate Blanchet pela sua brilhante participação em Blue Jasmine, e foi Lupita Nyong’o a surpresa da noite ao levar consigo a estatueta dourada de Melhor Actriz Secundária. No seu discurso, um dos mais honestos de toda a cerimónia, agradeceu a Steve McQueen a oportunidade de participar em 12 Anos Escravo, agradecendo ainda à própria personagem que interpretou e relembrando toda a audiência da importância de acreditarmos nos nossos sonhos.  

 

No sector masculino, os nomeados eram caras conhecidas e actores cuja premiação deveria ser não só pela actuação que lhes garantiu a nomeação, mas pela própria carreira em si, como é o caso de Leonardo DiCaprio, que ainda não foi desta que conseguiu um homenzinho dourado, após anos de brilhantes interpretações. Ao que parece, Hollywood terá de começar a acreditar que os seus rostos bonitos também merecem ser reconhecidos pelo trabalho que desempenham… O único consolo para a derrota de Leo é o facto de o Óscar de Melhor Actor Principal ter sido muitíssimo bem entregue a Matthew McConaughey, que também ele se entregou à personagem e à história d’ O Clube de Dallas.

Quanto ao Óscar de Melhor Actor Secundário foi entregue sem surpresas a Jared Leto pela sua brilhante participação n’O Clube de Dallas: a sua vitória, além da transformação física e entrega total, deve-se ao facto de encabeçar uma revolução no pensamento mundial quanto ao próprio vírus da Sida e suas vítimas, a quem o actor fez questão de dedicar o prémio no seu discurso, não esquecendo ainda a população oprimida da Venezuela e Ucrânia.

 

Em suma, ainda que Ellen tivesse conseguido entreter a plateia e os espectadores um pouco por todo o mundo, faltou alguma coesão durante esta cerimónia que tem já demasiados bons momentos passados para permitir que cada cerimónia seja apenas e só mais uma. Quanto aos restantes prémios, podem conferi-los em http://oscares.cinema.sapo.pt/pt/2014/nomeados, tendo sempre em mente o melhor resumo de toda a cerimónia:

Por Mariana Silva

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